General iraniano morto por ordem de Donald Trump
- João Malheiro
- 3 de jan. de 2020
- 2 min de leitura
Qassem Soleimani era tido como o segundo homem mais importante do Irão. O líder supremo do país promete "vingança implacável".

O comandante da força de elite do Irão, o general Qassem Soleimani, foi morto na madrugada desta sexta-feira, num ataque aéreo. A ação militar atingiu o aeroporto internacional de Bagdad e foi ordenada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Através de um comunicado, o Departamento de Defesa norte-americano anunciou que "por ordem do Presidente, as forças armadas do Estados Unidos tomaram medidas defensivas decisivas para proteger o pessoal norte-americano no estrangeiro, matando Qassem Soleimani". O Pentágono acrescenta que Soleimani estava "a desenvolver planos para atacar diplomatas e membros de serviço norte-americanos".
Numa reação inicial, Donald Trump publicou uma imagem da bandeira dos Estados Unidos, na sua conta do Twitter. O presidente norte-americano comentou mais tarde, na mesma rede social, que o "Irão nunca ganhou uma guerra, mas nunca perdeu uma negociação". Para o chefe de Estado, Qassem Soleimani "devia ter sido morto há mais tempo".
A "vingança" de Teerão e as preocupações internacionais
O líder supremo do Irão qualificou Qassem Soleimani como um "símbolo internacional da resistência". "O martírio é a recompensa pelo trabalho incansável durante todos estes anos", afirmou num comunicado lido na televisão estatal do país. Ali Khamenei foi peremtório ao prometer "uma vingança implacável" contra os "criminosos que encheram as mãos com o seu sangue [Soleimani] e o sangue de outros mártires".
O chefe da diplomacia iraniana, Javad Zarif, descreveu a ação norte-americana como um "ato de terrorismo internacional" e alerta para a "escalada imprudente" de tensões que o acontecimento provoca. O antigo líder da Guarda Revolucionária iraniana, Mohsen Rezai, reagiu em tom semelhante ao supremo líder do Irão, prometendo uma "vingança contra América".
No panorama internacional, vários países demonstraram a sua preocupação pelo perigo de guerra que a morte de Soleimani representa. Vladimir Putin, presidente russo, considera que o ataque norte-americano pode "piorar seriamente a situação" no Médio Oriente. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de França apelou ao "cuidado ao viajar para ou do Iraque".
A China pediu "calma e contenção para evitar nova escala da tensão", através do porta-voz Geng Shuang. Pelo mesmo caminho foi a chanceler alemã Angela Merkel, pedindo "prudência" a todos os países. Em sentido inverso, Benjamin Netanyahu, líder israelita, felicitou Donald Trump por ter agido com "rapidez, força e sem hesitação".
O Ministério da Defesa português diz que está acompanhar atentamente os desenvolvimentos no país. Confirma ainda que "os militares portugueses que estão na base militar de Besmayah onde estiveram há duas semanas o Ministro da Defesa e o primeiro-ministro estão bem e a fazer o seu trabalho".
As cerimónias fúnebres do general vão ser realizadas no Irão. A agência estatal indica que o corpo de Qassem Soleimani chegará a Teerão nas próximas horas.
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