Impeachment aprovado. Donald Trump será julgado perante o Senado
- João Malheiro
- 15 de dez. de 2019
- 2 min de leitura
A Câmara dos Representantes aprovou os dois artigos de acusação a Donald Trump. O Senado está encarregue de julgar o presidente dos Estados Unidos.

Donald Trump será alvo de um impeachment. A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou os dois artigos de acusação ao presidente norte-americano.
Em causa estão suspeitas de abuso de poder e obstrução do funcionamento do Congresso. O artigo referente à primeira acusação - abuso de poder - foi aprovado com 230 votos a favor e 197 contra. Já o segundo artigo, referente à acusação de obstrução, foi aprovado com 229 votos a favor e 198 contra. No final da votação, os democratas preparavam-se para aplaudir os resultados, mas a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, silenciou-os de imediato. Disse que o impeachment era um momento triste, mas que Trump “não deu outra opção”.
Os republicanos votaram todos contra. Já dos 232 democratas presentes só houve três exceções à maioria que votou a favor dos artigos de impeachment: o congressista Jared Golden, do Maine, votou a favor da acusação de abuso de poder e contra a obstrução ao congresso e Jeff Van Drew, de Nova Jérsia, e Collin C. Petterson, do Minesota, votaram contra os dois artigos.
Em reação aos resultados, Donald Trump disse que a "esquerda radical do Congresso é consumida pela inveja, ódio e raiva". Para o presidente norte-americano, os democratas estão a tentar "cancelar os votos de dezenas de milhões de americanos". O presidente dos Estados Unidos disse que o processo de impeachment é uma "marcha política para o suicídio do Partido Democrata" e está "fora da lei".
Nancy Pelosi tem agora que nomear uma equipa de procuradores do impeachment para defender o caso contra o presidente norte-americano Donald Trump que começará ainda em janeiro. Os principais candidatos parecem ser Adam Schiff, presidente do Comité de Serviços Secretos da Câmara dos Representantes, Jerry Nadler, presidente do judiciário e Justin Amash, o independente de Michigan que rompeu com o Partido Republicano por causa de Trump.
O presidente norte-americano será depois julgado no Senado pelas acusações agora aprovadas. Mas, aí, é preciso que uma maioria de dois terços dos senadores considerem Trump culpado para que o presidente seja destituído e afastado do cargo. Nesta câmara, porém, o Partido Republicano detém a maioria dos senadores, o que torna mais difícil que o sentido de voto seja o mesmo da Câmara dos Representantes.
É a quarta vez na história dos Estados Unidos que um presidente tem de enfrentar o Senado. O primeiro foi Andrew Johnson, em 1868, que acabou por não ser destituído por um voto. Em 1973, Richard Nixon demitiu-se depois da abertura de um processo de impeachment. Por último, Bill Clinton foi julgado pelo Senado, em 1998, e foi absolvido com 55 votos a favor e 45 contra, mas sem os dois terços exigidos pela lei.
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