Rui Rio vai recandidatar-se à liderança do PSD
- João Malheiro
- 21 de out. de 2019
- 2 min de leitura
Rui Rio confirmou a sua recandidatura à liderança do PSD. Eleições diretas para meados de janeiro e congresso em fevereiro.

As dúvidas acabaram. Rui Rio confirmou que se vai recandidatar à liderança do Partido Social Democrata. O anúncio foi feito na cidade do Porto, no mesmo hotel em que o partido aprovou a moção de confiança ao atual líder, em janeiro. Na altura, Luís Montenegro ameaçou a liderança de Rio e, agora, o cenário repete-se.
"Estou disponível para disputar as eleições, liderar o PSD na oposição ao PS e conduzir o PSD nas próximas eleições autárquicas", começou por elencar Rui Rio. A decisão foi influenciada pela crença de que se "o partido [PSD] ficar sem rumo isso não é bom para Portugal".
Depois de estipular os objetivos, Rio passou para o ataque. Sem dizer nomes, o atual líder do PSD referiu os adversários que agem "por vaidade pessoal", querem um partido vazio "ideologicamente" e "iminentemente liberal". Tal como no discurso na noite das eleições legislativas, Rui Rio apontou o dedo às "deslealdades" e "boicotes" internos que prejudicaram o partido.
"Nunca farei aos outros o que me fizeram a mim" | Rui Rio
A moção de confiança de janeiro foi relembrada como um "lamentável golpe". De novo, comparou esse caso ao "que se fez no PS em 2014", em referência às primárias onde os socialistas elegeram António Costa como secretário-geral do partido.
Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz são os outros dois candidatos à liderança do PSD, mas Miguel Relvas, o primeiro crítico depois das legislativas, foi quem teve direito a resposta direta. Rui Rio disse, ironicamente, que Relvas "tem em parte razão" ao afirmar que o atual líder não gosta do partido. "Não gosto mesmo nada do que vejo nos partidos políticos, incluindo o meu", vincou.
Rio disparou que o partido tem de "encurtar o espaço de manobra dos pequenos interesses pessoais". Não mencionou Luís Montenegro, mas avisou que o PSD "não se pode deixar tomar por grupos organizados de perfil pouco ou nada transparente", numa referência à maçonaria.
Congresso decide líder parlamentar
Rui Rio anunciou também que ocupará o cargo de líder parlamentar até ao próximo congresso. Em fevereiro, o partido vai decidir um novo líder da bancada social-democrata, com base nos resultados das eleições diretas. "A liderança da bancada do PSD deve estar em consonância com o presidente do partido entretanto eleito", ou seja, Rio será candidato a líder parlamentar caso derrote os adversários nas diretas.
O atual líder explicou que não faria sentido o grupo parlamentar eleger um líder parlamentar ligado a Rui Rio e, se outro candidato a presidente do PSD ganhasse, este não pudesse escolher alguém da sua confiança. Este cenário aconteceu com Rui Rio depois de derrotar Pedro Passos Coelho, estando na altura Hugo Soares, afeto ao ex-presidente, como líder parlamentar. "Nunca farei aos outros o que me fizeram a mim", garantiu Rio.
Na reunião da comissão política nacional, na passada quarta-feira, José Silvano, secretário-geral do PSD, tinha dito que Rui Rio tinha recebido o incentivo "praticamente unânime" dos dirigentes presentes. Depois de ponderar durante duas semanas, Rui Rio decidiu mesmo avançar, assumindo uma "postura corajosa e frontal".
As eleições diretas do PSD estão previstas para meados de janeiro e o congresso para fevereiro. As datas concretas serão marcadas dentro das próximas semanas, em conselho nacional.
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