Os estudantes e a emergência climática. Estudantes como agentes de mudança
- Ponto e Vírgula
- 16 de jan. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 17 de jan. de 2020
Da sala de aula para a rua, os estudantes universitários aderiram em massa à Greve Climática de setembro. As gerações mais novas querem inverter o ciclo vicioso no qual o Planeta se encontra. É uma verdadeira luta contra o tempo para salvar o futuro.

É uma luta contra o tempo. Mas o combate não precisa de ser feito só na rua, a sala de aula também pode contribuir. A FCUP está na vanguarda no que toca a promover atitudes mais sustentáveis. A nova direção fez uma parceria com a LIPOR e começou a “apostar muito na reciclagem”, como conta Nuno Formigo.
Recipientes para separar resíduos, máquinas para encher garrafas com água filtrada e torneiras com temporizador são algumas das implementações da FCUP para reduzir a sua pegada ecológica. A faculdade está, neste momento, a preparar um projeto de certificação energética de todo o campus, para transformar a sua eficiência.
“São grandes e pequenos projetos que no seu conjunto fazem com que haja uma consciência grande ao nível das questões ambientais.”, explica o professor universitário. Os estudantes cooperam, até por já virem com uma sensibilidade ambiental do básico e secundário. E os docentes da faculdade, apesar dos novos hábitos serem mais difíceis de aceitar, acabam por aderir às mudanças. “As pessoas vão aderindo sem grandes dilemas”, diz Nuno Formigo.
A FCUP não é a única a cooperar com a LIPOR. O serviço de gestão de resíduos lançou, recentemente, a campanha “Recicla-te”. Segundo Paula Mendes, Diretora do Departamento de Educação, Comunicação e Marketing, a iniciativa surgiu da “necessidade de despertar e abanar a consciência das pessoas” para o problema da reciclagem. Os números continuam a ficar aquém do ideal e isso torna necessário “uma forma mais eficaz de comunicar”.

Um dos pontos-chave da campanha é a clareza na linguagem ao explicar que “lixo e resíduos não são a mesma coisa”. Os resíduos (papel, cartão, plástico, metal e vidro) podem gerar novos produtos, enquanto o lixo não. “Tudo aquilo que não reciclamos em casa não pode tornar-se matéria-prima”, esclarece a diretora da LIPOR.
A campanha é feita através de publicidade no Metro do Porto e estações de comboio, imprensa escrita e online, publicações nas redes sociais e no motor de busca da Google. O microsite recicla-te.pt também serve como fonte de comunicação. Por último, uma carrinha de rastreio da LIPOR desafia as pessoas a fazerem um diagnóstico da sua reciclagem - a par do questionário online.
Os estudantes universitários são “um público-alvo preferencial” da “Recicla-te”, visto serem uma faixa etária em risco de se desligar das questões da reciclagem depois de sair da escola. Não obstante, a vontade de mudar os hábitos de consumo devido às alterações climáticas torna os estudantes potenciais “agentes de mudança e a voz que esta campanha necessita”.
A campanha tem “superado muito positivamente os resultados esperados”. Paula Mendes acredita que “não é possível mudar o mundo sozinhos”. É necessário trabalho de equipa para alcançar um “objetivo comum”. “São estas pequenas ações que fazem a mensagem ganhar escala e que permitem fazer a diferença rumo a um presente mais sustentável”, conclui.
Esta é a quarta parte da Grande Reportagem “Os estudantes e a emergência climática: Uma luta contra o tempo”, um trabalho conjunto dos redatores João Malheiro, Sofia Matos Silva e Tiago Serra Cunha.
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