Web Summit 2019: O futuro das mulheres na tecnologia em Portugal
- Tiago Serra Cunha
- 4 de nov. de 2019
- 2 min de leitura
Com uma crescente aposta no setor tecnológico português, quer de companhias nascidas localmente como de vários gigantes internacionais, ambas as perspetivas estiveram em discussão no palco central do Altice Arena.

Um dos temas em destaque nesta edição da Web Summit, a noite de abertura foi palco da discussão sobre a relação de Lisboa e de Portugal com a revolução tecnológica atual, refletindo-se sobre a forma como a cidade e o país estão cada vez mais aptos para receber grandes estímulos desta área.
A conversa, no entanto, acabou por tomar um outro rumo (juntando-se, no entanto, a um dos temas mais aplaudidos e comentados do dia) ao ter foco no papel das mulheres no mundo da tecnologia, com atenção pormenorizada ao que se passa no nosso país.
Filomena Cautela, apresentadora da RTP, voltou a subir ao palco da Altice Arena depois de apresentar o Festival Eurovisão da Canção no ano passado para moderar a conversa entre Michelle Zatlyn, co-fundadora e COO da Cloudflare, empresa de segurança na Internet, e a portuguesa Daniela Braga, CEO e fundadora da start-up DefinedCrowd, plataforma inteligente de recolha, enriquecimento, processamento e transformação de dados.
Michelle, que começou a sua empresa nos Estados Unidos e agora muda a sua divisão de engenharia totalmente para Lisboa; e Daniela, que iniciou o negócio por cá (mas tem sede em Seattle), são casos de referência nas áreas em que atuam. De acordo com Filomena, são mesmo “duas das primeiras mulheres a tornar-se milionárias self-made em todo o mundo“.

Para ambas as mulheres, Lisboa é o sítio a ter debaixo de olho no que ao setor tecnológico diz respeito. Michelle Zatlyn revelou que a escolha da capital portuguesa para garantir um dos setores essenciais da sua empresa não foi óbvia ao início, mas clarificou-se com a observação do “talento incrível” no país, tanto ao nível da engenharia como do ensino universitário. Lisboa, refere, é “o próximo coração da inovação na Europa e queremos apostar aqui“.
Apesar de tudo, para Daniela, diversidade é uma das palavras-chave da sua companhia. Na DefinedCrowd, 42% do staff é composto por mulheres, numa real aposta no talento independente do sexo e género dos seus integrantes. Definição corroborada por Michelle, que afirma que, durante a pesquisa para implementação da sua empresa em terras lusas, concluiu que Lisboa está “anos-luz” à frente de vários outros lugares de referência para o setor a nível internacional.
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